Cibercriminosos Estão Mudando Táticas para Escapar das Defesas Empresariais

Dra. Ewelyn Schots - 17 de Fevereiro de 2025.

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Nos últimos anos, os ataques de ransomware tornaram-se uma das maiores ameaças cibernéticas para empresas em todo o mundo.

Os primeiros ataques de ransomware se concentraram na criptografia de arquivos e sistemas para, a partir desse ponto, extorquir dinheiro das vítimas. Com o aumento da consciência e das medidas de segurança, os ciberatacantes têm adaptado e se tornando mais sofisticados com a incorporação da inteligência artificial para maximizar o impacto e a probabilidade de pagamento.

À medida que as organizações fortalecem suas defesas, os cibercriminosos estão constantemente evoluindo suas táticas para burlar as medidas de segurança e contornar as defesas corporativas, como o aumento preocupante nos ataques a diretores e executivos de empresas. O problema é que muitos deles acessam informações importantes de suas casas, onde as conexões de internet não são tão protegidas quanto nas redes corporativas. Isso torna essas conexões domésticas alvos atrativos para hackers, que aproveitam essa vulnerabilidade para obter credenciais de acesso privilegiado. Dessa forma, conseguem se infiltrar nos sistemas críticos da organização.

Recentemente, observou-se uma mudança estratégica significativa nas operações desses atacantes, tornando os ataques mais sofisticados e difíceis de detectar. É importante destacar que a evolução dos ataques com ransomware se deu de forma notória através da adoção de táticas mais complexas como a Inteligência Artificial. A IA possibilita a criação de malwares mais adaptáveis, que conseguem analisar e explorar vulnerabilidades em tempo real, além de empregar táticas avançadas de evasão ou antiforense, dificultando a detecção por sistemas de segurança tradicionais.

Por tal razão, a segurança da informação e a perícia forense digital desempenham papel crucial na proteção de dados, segurança da informação e infraestruturas.

A Importância da Perícia de Prevenção e dos Sistemas de Detecção de Intrusão (IDS):

A Perícia de Prevenção e os Sistemas de Detecção de Intrusão (IDS) possuem objetivos complementares e desempenham papéis fundamentais na mitigação de riscos e na antecipação de ataques. A perícia de prevenção envolve um conjunto de práticas voltadas para a antecipação a análise contínua de vulnerabilidades, comportamento anômalo e possíveis vetores de ataque, permitindo a implementação de medidas corretivas antes que uma invasão ocorra.

Já os IDS atuam como mecanismos essenciais para identificar atividades suspeitas em tempo real, alertando administradores de segurança sobre tentativas de exploração, movimentações laterais e padrões de tráfego malicioso. A integração dessas abordagens fortalece a resiliência cibernética, reduzindo o impacto de incidentes e garantindo a integridade, confidencialidade e disponibilidade das informações. Assim, investir em perícia de prevenção e em IDS não é apenas uma necessidade técnica, mas uma estratégia essencial para a segurança digital de organizações e indivíduos.

Os Sistemas de Detecção de Intrusão (IDS) são ferramentas essenciais na prevenção e detecção de ataques cibernéticos, incluindo ransomware. Os IDS monitoram o tráfego de rede e os sistemas em busca de atividades suspeitas e alertam os administradores de segurança em caso de detecção de uma ameaça.

A perícia forense digital assume a função de resposta a incidentes de segurança, envolvendo ataques de ransomware; os peritos forenses digitais são os encarregados de identificar, coletar, preservar e analisar a evidência digital, com vistas ao conhecimento da causa do ataque, da extensão do dano e dos responsáveis.

A atuação da perícia forense digital é uma das mais cruciais na busca por satisfazer as perguntas sobre o que de fato aconteceu durante um ataque cibernético, quem executou o ataque, qual foi o motivo do ataque e onde ocorreu o ataque. Para tanto, o perito digital utiliza técnicas sofisticadas de análise forense de logs, rastreamento de IPs, engenharia reversa de malware e dados deletados (data carving) para reconstruir a linha do tempo do ocorrido e identificar as vulnerabilidades exploradas pelos invasores. O resultado desse trabalho não apenas ajuda na responsabilização dos criminosos, mas fornece para os administradores informações que auxiliam a incrementar a segurança cibernética da organização e aumentar as chances de evitar novos incidentes. Em um ambiente em que as ameaças digitais evoluem, a perícia forense digital se apresenta como ciência de vital importância para a preservação da integridade dos sistemas e a proteção das informações sensíveis.

A perícia de prevenção pode adotar os sistemas de detecção de intrusão como um dos seus mecanismos de monitoramento e resposta. O IDS pode ser uma ferramenta essencial dentro de uma estratégia de perícia de prevenção para controles preventivos.

Enquanto criminosos aprimoram suas táticas, empresas e especialistas em segurança devem evoluir suas estratégias para garantir a resiliência cibernética e a proteção de dados sensíveis.

Para enfrentar essas novas técnicas, as organizações devem adotar estratégias de defesa mais sofisticadas, incluindo:

• Autenticação Multifator (MFA): Impede o uso indevido de credenciais roubadas.

• Segmentação de Rede: Restringe a movimentação lateral dos invasores.

• Monitoramento Contínuo: Soluções de detecção e resposta a ameaças podem identificar comportamentos suspeitos antes que o ataque ocorra.

• Treinamento de Funcionários: Reduz a eficácia de ataques de phishing.

• Backups Seguros: Mantidos offline para evitar criptografia pelos atacantes.

Conclusão

Os ataques de ransomware continuarão a evoluir, explorando novas vulnerabilidades e refinando suas táticas para maximizar seus ganhos. Diante desse cenário, as empresas precisam se antecipar, adotando estratégias de segurança avançadas para minimizar riscos e mitigar possíveis danos. A batalha contra o ransomware está longe de acabar, mas com medidas proativas, as organizações podem reduzir significativamente sua exposição a esses ataques devastadores.

Dra. Ewelyn Schots, 17 de Fevereiro de 2025.